Enfim o raiar do dia e o fim da jonada de trabalho, posso então ir ao pronto socorro...
Ao sair fui ao posto de saúde, sentada naquele corredor, hoje reformado, relembro tempos em que em plena força de minha juventude eu estava sempre por ali, como voluntaria, fazendo festas para arrecadar fundos...nostalgia...relembrando a juventude, a força, a história de mudar o mundo. Relembrando minha infância, meus amigos.
Nesta mesma hora, em outro hospital de Campinas, minha amiga morria.
Morria? Como assim?
Soube ao chegar em casa,em um telefonema, onde a gentil Glaice me informa com cuidado.
Agradeço por ter ligado e desligo.
Fui sentindo o chão se abrir, perdi o rumo, tudo ficou tão estranho, despencado e inútil.
Minha mente se enche de emoções, lembranças. Cores neutras...
Ao chegar no cemitério sabia que iria ser difícil para mim.
Me aproximei devagar, meu amado marido, fiel amigo sempre ao meu lado.
Ali estava, amiga de sempre, desde a infância... mas ja não era, faltava aquele brilho de vida.
Uma dor profunda em meu estômago se apoderou de mim. A dor estava instalada em cada lágrima.
Nunca esquecerei aquele instante.
Escrevo agora, dentro de outra madrugada, as lágrimas não se vão, e entre um trabalho e outro
penso, que empresa é essa que nem nos deixa chorar nossos mortos.
Me conforto então com uma lembrança, as últimas vezes em que nos vimos foram seladas com um "TE AMO AMIGA" tão sincero,verdadeiro e profundo como sempre foi nossa amizade.
Cláudia rodrigues, minha amiga, estará sempre em meu coração, Laupa.
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